segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

O Caminho das Pedras



Duas vezes no começo do evangelho de Mateus vimos um relato referente as pedras do deserto da Judéia. João o batista, estava pregando o chamado ao arrependimento, e muitos judeus vinham ter com ele. A dura repreensão, por causa da superficialidade da vida espiritual de muitos judeus, fez com que o batista os chamasse de filhotes de serpentes. E em seguida o batista dizia que Deus poderia das pedras do deserto da Judéia,  fazer filhos a Abraão. É lógico que essa identificação com o poder de Deus, nos leva para uma reflexão mais profunda da questão, uma vez que Genesis relata que Deus fez o homem do pó da terra, é lógico acreditar que o Batista cria que o Senhor também poderia criar filhos de Abraão a partir das pedras adormecidas no deserto da Judéia. Mais a frente, depois desse episodio naquele deserto misterioso, as escrituras afirmam que o Espírito conduziu Cristo ao deserto. Todos os comentadores e praticamente todos os estudiosos das escrituras acreditam que esse deserto era o deserto da Judéia. Então temos o conflito, o confronto entre Cristo e satanás, e o  desafio de satanás era que Cristo transformasse em pães,  aquelas pedras que João Batista disse que Deus tinha o poder de transformá-las em filhos de Abraão! As pedras da Judéia testemunharam uma fé verdadeira de João Batista e uma fé doentia de satanás. É lógico que ele sabia que Deus poderia transformar pedras em pães, porem qual era a intenção por trás  de um milagre dessa natureza naquelas circunstâncias?  Aqui está algo com que temos que refletir.  Deus não manifesta o seu poder com o intuito de fazer show de poderes divinos. Não efetua milagres por causa do desafio de seres que com segundas intenções querem profanar o nome santo e a conduta reta daqueles que são santos.  Nos dois casos não houve milagres, nem em João batista e nem na tentação de Cristo. Não porque Deus não teria o poder de efetuar isso, mas porque nao é por esse caminho que Deus trabalha.
 Estamos diante de um dilema! As pedras não foram transformadas em pães, muito menos surgiram filhos de Abraão das pedras do deserto da Judéia. Porém elas testemunharam de um home que foi arauto de uma fé que começava a cintilar no noite escura da humanidade, e dali daquele campo de batalha, o deserto da Judéia, se deu um confronto de forças espirituais opostas, cuja a vitória definiu o rumo da redenção da humanidade. É nesse deserto, que o testemunho silencio ganha um brado, pois se permitirmos nosso silencio as pedras da Judéia irão clamar. Estamos sendo conduzidos por uma espécie de cristianismo onde o milagre parece ser o cartão de visitas ou que é pelo menos  a prova definitiva de que temos uma verdade. Porem a verdade de Cristo e a verdade de João Batista forma sem sinais evidentes. A Bse da conduta de ambos foi uma pela confiança e uma forte obediência a um chamado e a uma missão, e isso é o que nos interessa nesses dias difíceis. O que nos interessa? A glória de Deus? Qual é a nossa missão aqui nessa vida? Estamos indo de acordo com a nossa vocação celestial? Como vimos todo esse mundo e a nossa vida e o curso que El se movimenta nesses últimos dias? Estamos cumprindo com a nossa missão? As vezes  crer no poder de Deus é suficiente e  esperar que a manifestação da sua glória no tempo certo é a nossa esperança. João afirmou que as pedras poderiam se transformar em carne e ossos, porem isso não aconteceu. Isso não significa que Deus não tinha poder para isso, ou que a sua fé não foi suficiente, apenas é algo com que temos que moldar a nossa fé, e crer que Deus não age conforme nossas perspectivas existenciais. É isso! E quando as pedras não se transformaram em pães quentinhos  e saborosos, isso não diminui a glória e o poder de Deus, em hipótese alguma. Deus não pode ser diminuído na nossa vida quando não vimos um milagre acontecer, exatamente porque esperamos o milagre que livre a nossa pele, e não para que Deus seja engrandecido no nosso corpo.
Aas pedras continuaram sendo pedras, essa é a função delas dentro do mundo natural. Deus não intervém em algo simplesmente para satisfazer nossas necessidades egoístas. Em hipótese alguma ele jamais faria isso. Quando o verbo se faz carne, e isso por si só é um milagre mais extraordinário do que pedras se transformarem em pães e em filhos de Abraão, e outro que precede o primeiro é a a ressurreição gloriosa, e nesse sentido de existência do verbo Messias encarnado e glorificado, vimos as maravilhas de Deus de forma plena no espaço e no tempo. Enquanto isso as pedras do deserto da Judéia ainda estão lá, elas foram testemunhas do conflito espiritual de Mateus 4, ouviram o brado de João Batista. As pedras sinalizam o poder de Deus, mesmo sem um milagre aparente. João nunca viu as pedras se transformarem em homens, porém as almas endurecidas pelo pecado, embrutecidas pela iniqüidade, se desmantelam pelo poder do sangue remidor do Salvador. E isso é a glória da redenção. A misericórdia de Deus em ação.  Cristo não transformou as pedras em pães, porém Ele mesmo, com a vitória na consumação de uma eterna redenção torna-se a pedra de esquina, o fundamento de todo o edifício da salvação eterna que Deus mesmo concede a cada homem pecador que se arrepende de seus pecados. Pedras que não se transformam em pães e que não tornaram-se em filhos de Abraão, mas que finalmente ilustram a base pela qual é firmada a casa espiritual, a nossa fé, não em areia sem segurança, mas numa rocha inabalável que é o próprio Cristo, e ele sendo a pedra de angular, misteriosamente é o Filho do Deus de Abrão e o pão da vida.

Pr  Clavio Juvenal Jacinto Igreja Evangelica Caminho da Paz




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