terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O outro lado da apostasia




As causas reais da apostasia não é somente a proliferação de falsos profetas e falsos mestres, mas tambem de falsos cristãos, religiosos superficiais completamente cegos à verdade do evangelho




Escrever, pregar, falar sobre apostasia, não é novidade, há livros sobre o assunto, pregações etc. Sempre que o tema é abordado, se centraliza o problema nos falsos mestres, frente a uma igreja vítima do engano fraudulento dos falsos profetas que proliferam em nossos dias. A falta mais comum no meio cristão atual é a falta de discernimento, e as escrituras ensinam que o mandamento do Senhor ilumina os olhos (Salmos 19:8) então partindo dessa revelação das escrituras, entendemos que o discernimento vem pela obediência, uma leitura atenciosa ao salmo 119, nos leva a simples conclusão de que, quem ama a Deus ama os juízos, os estatutos, a doutrina e os mandamentos. A apostasia não é só a proliferação e a multiplicação de falsos ensinadores que se manifestam nem sempre de modo encoberto, porque na verdade, a tática do diabo é usar a metodologia d acordo com a circunstancia, onde existe cegueira espiritual, não há necessidade de falsos mestres se introduzirem de forma encoberta e sorrateira, porque as vitimas já estão em estado de sonolência espiritual. A apostasia de nossos dias não é o resultado de tantos mestres de engano que circulam no meio evangélico, Há um fator mais profundo, o povo cego e rebelde.
 Houve casos nas escrituras, isso está bem documentado no livro de Apocalipse 2:2 onde lemos que a Igreja de Efeso confrontou falsos mestres que queriam se passar por apóstolos "Conheço as tuas obras, e o teu trabalho e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus: e puseste a proa os que se dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achastes mentirosos."
 Aqui está uma regra, a regra do teste, da prova, a prova da integridade, do caráter, da evidencia, dos frutos do Espírito. O grande engano se expandiu porque de modo geral, o teste moderno da evidencia é carismas e supostamente dons, e não frutos e caráter. Se uma mestre usa sinais e prodígios ou tem uma personalidade forte e carismática, isso já o suficiente para que tenha êxito dentro da cristandade, quem tem personalidade carismática e usa táticas psicológicas emocionais engana fácil, pessoas integras que usam as escrituras para pregar os conselhos e os juízos de Deus, não atraem grandes públicos e não convencem com facilidade, corações sedentos por sinais e maravilhas e coisas do gênero. Estou lidando com a questão do engano, mesmo dentro dos parâmetros de que um falso profeta pode fazer verdadeiros milagres, com permissão de Deus, para enganar os corações inclinados a seguirem a mentira (Leia Deuteronômio 13:1 a 4) É na multidão dos conselhos de Deus que o povo repousa em segurança espiritual (Provérbios 11:14) Essa é uma regra de ouro, mesmo que um profeta ou pregador faça chover múltiplos milagres, se ele não prega a sã doutrina, deve ser completamente rejeitado.
 O que desejo ensinar aqui é que tem se dado ênfase muito grande sobre falsos profetas, mestres de engano, mas a malignidade da apostasia está num povo inclinado para o mal e a mentira, não somente os falsos mestres querem enganar, mas de um modo geral, pessoas querem ser enganadas. Em Isaías 30;9 o profeta messiânico denuncia o povo daquela época como rebeldes que não querem ouvir a lei do Senhor, no versículo seguinte, Isaias descreve que eles pedem que os profetas não proclamem para eles aquilo que é reto (Isaias 30:10). Aqui está algo proporcional ao nosso tempo, a maioria vai atrás das coisas relacionadas a satisfação carnal, não estão interessados com o custo de um discipulado radical, em não se conformarem com esse mundo, a negarem-se a si mesmos e a carregarem  uma cruz, isso soa odioso em púlpitos modernos, igrejas deixaram de ser santuários para virarem casas de diversão. Jeremias não teve  uma experiência paralela a descrição de Isaías? já no começo de seu livro ele denuncia um povo  que abandonou ao Senhor, o manancial de águas vivas  e cavaram para si cisternas rotas que não retém águas (Jeremias 2:13). A inclinação para o mal, para a apostasia partiu de um povo que tornou-se cego e insensível, o coração tornou-se duro, e a o povo  se enfastiou das coisas verdadeiramente sagradas, como o povo que saiu do Egito, e não suportou mais uma  dieta de pão do céu, e murmuraram contra Moisés e contra o Senhor. Na caminhada pelo deserto, não houve necessidade de falsos profetas conduzirem o povo a rebelião, o próprio coração dos israelitas já estava propenso a isso.
 Quando um profeta fala aquilo que o povo quer ouvir, há grandes evidencias de que ele seja falso profeta, aquele que se interessa pela auto-promoção, que ama a fama, os aplausos, que tem pacto com corações profanos como os profetas falsos do tempo de Acabe que profetizavam aquilo que Acabe queria ouvir. Naquele tempo, houve rejeição completa a Micaias, porque Acabe e seus associados não queriam ouvir correção, os falsos profetas profetizavam coisas boas para o rei Acabe, e ele amava isso, e essa metodologia dava aos falsos profetas, satisfação egoísta. Hoje, isso não é diferente, vozes altissonantes, como aquela  de João  Batista no  deserto proclamando arrependimento do povo, e denunciando iniqüidades e colocando-se frontalmente contra o pecado, mesmo correndo o risco da própria vida, são raros.
 A saída para não ser vítima de enganos como esses, é não deixar o coração endurecer-se, e como acontece isso? a dureza de coração vem, quando você não mais  reage diante das coisas erradas que estão diante de seus olhos. quando você faz de conta que o que você vê é normal (quando na verdade é um delito contra as normas,é um ultraje aos princípios, uma afronta as regras,um ataque aos estatutos, uma violação aos mandamentos e aos conselhos de Deus). Quando  você torna-se neutro, você está em processo  de mornidão espiritual, e envolvendo-se em cumplicidade com quem proclama desvios doutrinários e com quem pratica o erro.
 O cerne da apostasia não é só a proliferação do engano mas também a multiplicação de pessoas propensas ao engano que querem ser enganadas, que desejam o engano, buscam um evangelho, uma religião de satisfação pessoal. Esse engodo atrai multidões propensas ao engano, e tenta macular a identidade do verdadeiro evangelho.
 A grande luta espiritual de nossos dias, é uma luta que vem para os domínios da vida pessoal, a exortação bíblica é que não venhamos a ser enganados. A  guerra espiritual vem para o nível pessoal, onde temos que ter cuidado da doutrina. 
 A apostasia é um processo, e quase sempre acontece de forma imperceptível, a menos que tenhamos uma fé comprometedora, uma intimidade contínua com Deus, um amor muito grande pelos mandamentos, um zelo profundo pelas coisas santas, uma oposição ferrenha ao pecado, uma dedicação forte ao estudo das escrituras, e um compromisso sério  com o Reino  de  Deus, não teremos possibilidade de confrontar a onda gigantesca de engano de nosso dias. Todo o  cuidado e todo o  zelo,  são necessários, porque a partir do momento em que nosso coração começa a se endurecer, perdemos a sensibilidade, e não mais sentimos a necessidade de se opor as coisas erradas, achamos que o pecado, a desobediência, o mal, o erro, são coisas normais. Quando um cristão cessa de opor-se ao pecado, ele não está espiritualmente bem. Seu declínio espiritual é evidente. A fé cristã não é somente para ser vivida, ela também precisa ser defendida, há um combate, uma batalha, e cada salvo, cada verdadeiro cristão está envolvido seriamente nessa batalha (Judas 3 e I Timoteo 1:18 e 19) Nós devemos ter vigor espiritual e suportar a sã doutrina, se quisermos vencer a apostasia do  tempo do fim.
 "Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus. " (II Tessalonicenses 2;3 e 4)


Pr Clavio J. Jacinto


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