quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Os ídolos do Nosso Coração




Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã. (2Rs 18:4)

Idolatria, eis a palavra que nos faz imaginar como é o mundo pagão, mas as coisas não são bem assim. A serpente que o Senhor mandou Moisés fazer não tinha propósitos litúrgicos, nem mesmo os querubins da arca da aliança tinham esse propósito. Moisés nunca se prostrou diante da arca, ou dirigiu uma prece aos querubins. Neustã foi um ídolo desenvolvido dentro da assembleia de israel, era que cresceu dentro da comunidade dos filhos de Abraão. A tendencia de algo espetacular tornar-se um ídolo, é possível, mediante essa passagem descrita acima.
 Acontece que vivemos em épocas em que a idolatria, se desenvolve de forma sutil, dentro das igrejas cristãs, e não fora delas. Chamam a prosperidade do que quiserem, mas ela virou um ídolo em nossos dias, a prosperidade é a marca distinta da igreja apostata,  a serpente virou Neustã. Nosso mundo evangélico está cheio de ídolos. Pregadores viram ídolos, denominações viram ídolos, ramificações teológicas viram ídolos, cantores viram ídolos, pastores viram ídolos, as crenças se voltam para a idolatria, e o ego humano, o próprio ego torna-se um ídolo forte, quase invencível, pois o antidoto mais poderoso para destruir a egolatria é a cruz, e essa doutrina quase ninguém quer pregar, menos ainda são os dispostos a ouvi-la. Quase sempre, se você sair pela praça de uma cidade, e pregar sobre a crucificação do ego humano, deve tal profeta estar preparado para o pior, as pedras, as chacotas, as zombarias e a rejeição. O mundo odeia a cruz, inclusive o mundo evangélico moderno.
 Não há um altar tão obstinado quanto o coração humano. Nele se aloja os mais tenebrosos ídolos, e por trás desses ídolos operam os mais nefastos demônios. Quase sempre, torna-se um idolo, aquilo que ocupa a nossa mente e enche o nosso coração, um ídolo ocupa um lugar importante dentro de nós, o pensamento gira em torno daquilo que nosso coração devota. Apenas olhe para o nosso mundo, e veja como as pessoas se inclinam a viverem em devoção cega á vaidade, ao consumismo, á tecnologia, ao hedonismo. Vejam, como o sexo é idolatrado, e como a sensualidade, o erotismo, é um deus no coração de tanta gente, esses deuses profanos ocupam o coração de muitos membros de igrejas cristãs, olhem como se vestem! olhem como são sensuais! A pornografia, mesmo aquela oculta por trás de seus devotos anônimos, arrastam milhões para a devoção a prostituição. O que dizer do dinheiro? dos bens materiais, não são os bens matérias importantes para esses modernos idolatras? então veja a reação de um idolatra, um adorador de bens matérias, quando ele perde um culto, ou quando não vai a uma reunião de oração, nada parece ter perdido, não faz diferença, para este perder um culto ou perder uma reunião de oração. Porém, se ele perder uma quantidade de dinheiro, porque seu bolso estava furado, ou porque um negocio deu errado, oh! quanta tristeza e pesar, seu semblante cai, ele chora por dentro, quando não também por fora, e se lamenta, pois foi prejudicado no centro do seu amor.
 Nosso mundo religioso está cheio de idolatras, mesmo aqueles que se parecem tão espirituais, tendem a trilhar os caminhos da idolatria, o homem é um ser potencialmente idolatra, se não formos aos pés da cruz, se não pregarmos o evangelho em fraqueza, temor e tremor, como fez Paulo, na completa dependência do Espirito Santo, a nossa tendencia é auto-iludir-se, e coroarmos o nosso ego de divindade.  vejam a reação do povo, quando seus ídolos cantam musicas evangélicas? mesmo dentro da igreja, o êxtase pela presença do artista preferido é uma realidade indiscutível.  A recente disputa entre arminianos e calvinistas mostra o quanto o declínio do coração humano vai para os campos tenebrosos da idolatria, defendendo com unhas e dentes filosofias e nomes de homens, chamados de reformadores, citando mais o nome deles do que do Senhor, é uma idolatria hedionda! sem querer menosprezar a importância dos reformadores, eles são homens falíveis, com seus erros e acertos, devem ser respeitados e até estudados, mas nunca devem ser alvo da devoção descabida que estão dando para eles. E as placas denominacionais, veja a reação dos descabidos idolatras de placas denominacionais, cuja reação em não entrar em um templo que não seja do seu ministério constitui-se num agravo pecaminoso extremamente desonroso, essa falsa santidade, infame por sinal, deveríamos ter um minimo de vergonha, para olhar para o estado lastimável que se encontra o nosso cristianismo, fracionado, dividido, pulverizado...
 Há quem adore tanta sua placa, que julga indecente adorar a Deus em outro ministério, quando alguns desviam-se, como aconteceu recentemente entre alguns que conheço, argumentam que se não forem para tal denominação, a que eles se desviaram, nunca mais serão cristãos. Como essa idolatria me dá ânsias de vomito. O que falar sobre o deus futebol? oh sim! ainda está lucida a minha memoria, de como certas condutas são indignas perante Deus, gente que se diz cristã, que nunca teve forças para acordar de madrugada para interceder pelos próprios entes queridos, atravessaram a noite, pularam e gritaram com todas as ânsias soltas, torcendo pelo seu time favorito. Nosso coração está cheio de ídolos, coisas que precisam ser quebradas, extirpadas, expulsas de dentro de nós.  Como nossa tendencia se inclina a essas coisas, anos atrás um certo pregador, se fez passar por judeu, e contar coisas extraordinárias, milhares saíram em peregrinação para ouvir tal homem dotado de testemunhos magníficos, porem, uma vez desmascarado, como pregando mentiras, ainda tem seus DVDs a venda. Os lideres que promoveram seus discursos, anunciaram a igreja, o descabido? pediram perdão pela falta de discernimento? não! o mundo da idolatria é um mundo de faz de conta...
 O que dizer dos templos, nada errado em se reunir em um templo, mas templos suntuosos, impressionantes, catedrais luxuosas e extremamente confortáveis, quando e onde Cristo mandou que fizéssemos isso?
Tudo isso serve pra impressionar, quando a glória já se foi. Temos que voltar ao princípio, adorar a Deus em espirito e em verdade, de forma simples, partir para uma adoração cristocêntrica, mortificando nossa carne, colocando-a na cruz, e tendo o Senhor como o centro da nossa adoração.
 Jesus em seu devido lugar, como foco do nosso amor, todo o movimento do coração santificado deve ser em torno da pessoa bendita de Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos quebrar nossos ídolos, eles devem ser vistos como abomináveis, expulsa-los de nosso coração, eles não tem valor algum. Cristo deve ser o nosso tudo, assim como a cruz deve reduzir o ego humano e o pecado a nada, é a cruz que poe em ordem de falência todo o poder do pecado, como Paulo, devemos estar decididos, a termos uma vida crucificada com Cristo, para reinarmos em glória com o Senhor

Clavio Juvenal Jacinto


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