sexta-feira, 2 de outubro de 2015

DIAS TRABALHOSOS

Dias trabalhosos


Paulo advertiu a respeito dos últimos tempos, ele nos falou sobre dias trabalhosos (II Timóteo 3:1) todo o contexto fala sobre o aumento considerável de pecados pessoais, ou seja, as pessoas desses últimos dias seriam caracterizadas por pecados pessoais ligados ao egocentrismo. Há um fato comum aos nossos dias, as pessoas estão  ficando cada vez mais individualistas. As novas tecnologias tem contribuído muito para a formação de uma sociedade com prisões invisíveis. 
Que esse é um tempo onde se promove a auto-adoração, não há duvidas nenhuma. Toda uma cultura está sobrecarregada de mensagens que divinizam o homem. Que centralizam o sucesso e o êxito e o consumismo, como formas de experimentar a felicidade. Há todo um culto direcionado ao sexo e a sensualidade, e é isso que embriaga o homem moderno, até o ponto de extremo torpor.  As novelas, os filmes modernos, a moda extravagante e a literatura tem contribuído muito para promover essas tendências nocivas.
Também percebemos ser esse tempo, onde se promove o ocultismo sob as suas mais variadas formas, ao mesmo tempo em que se percebe um ataque sutil contra as verdades do cristianismo.  O ocultismo virou cultura, e por isso pode ser promovido nas escolas, e incentivado a leitura de livros desse gênero. Desde a década de 1980 tem surgido um interesse muito grande pelas ciências ocultas, e o movimento nova era que teve grande florescimento na década de 1990 ajudou a promover toda sorte de praticas ocultistas. A nova era semeou todas as praticas espiritualistas do oriente, e ajudou a difundir toda a sorte de praticas místicas e espiritualistas do ocidente, o resultado pode ser visto desde uma visão ampla, como a popularização do ocultismo em nossos dias.
A igreja está inserida nesse contexto de trevas espirituais. Nosso mundo está submergindo em um individualismo, porque é necessário que algo assim aconteça, para que as profecias tenham seu cabal cumprimento. A grande pergunta no entanto é: como escapar desse aspiral decadente, que faz a humanidade descer aos antros da egolatria?

Cada vez mais olhamos pra a igreja evangélica moderna que caiu na terrível armadilha de inventar um deus utilitário, que satisfaça seus desejos pessoais e egoístas. Além disso, os dias atuais estão traçados por uma idolatria sutil, porque esse mesmo deus inventado, também é um deus que pode tolerar os mais terríveis pecados na comunidade cristã atual. Salvo as exceções, nosso mundo religioso é um mundo confuso, num contexto evangélico moderno, a confusão é predominante.
O egocentrismo é basicamente carnal. Os impulsos do ego humano é traçar uma meta de satisfação pessoal a todo o custo, sem se importar com qualquer coisa que difere dessa meta carnal. Por isso mesmo, não há uma ênfase sobre que tipo de altar se pode adorar, a ênfase é adorar. Assim como predomina a tolice de que a doutrina não importa, o que importa é o amor. Desde que isso é uma famigerada heresia, de pensar que o Deus bíblico tolera o pecado, porque ele é amoroso, então as pessoas tem sido enganada por causa de duas condições: a primeira é que estão famintas por algo que traga satisfação espiritual, a outra é porque não usam qualquer critério, e se deixam enganar por qualquer coisa. Aqui está o cerne da questão: desde que isso traga satisfação, não importa se realmente seja a verdade. Muitas pessoas estão frequentando um culto, não porque estão interessadas em saber se isso corresponde a vontade de Deus, mas simplesmente porque isso vai corresponder aos anseios pessoais. Isso é egolatria camuflada, é engano. Agora vejamos algo interessante, todo um ambiente religioso foi desenvolvido a fim de fazer com essa armadilha seja de tal modo sutil, que engane muitas pessoas de forma tão eficaz, que elas se tornam completamente dependentes do sistema. Você não vê com frequência pessoas saindo do calabouço da apostasia para trilhar o caminho estreito da sã doutrina. Elas não estão interessadas em perder o “esplendor” religioso, porque isso funciona como uma espécie de droga espiritual que amortece a sensibilidade. Tomamos por exemplo, a forma como a divindade fala por meio de seus supostos profetas. O impressionismo causado pela manifestação de “carismas” manifestados em supostos profetas, apóstolos, pastores ou lideres super-espiritualizados. Essas manifestações dão uma leve sensação de segurança, de que não se é vitima de um engodo espiritual.  O “assim diz o senhor” pode causar um impacto sobre quem ouve e não tem discernimento da verdadeira procedência de um carisma, ou de uma mensagem ou uma manifestação espiritual. Pelo fato do discernimento espiritual não ser algo muito exercido ou procurado em nossos dias, o engano se alastra de forma terrível.

Devemos atentar pra outro fato, muitos tem medo. Medo da verdade, medo de ser discriminado por causa da verdade, medo de perder amigos e sofrer perseguição por causa da verdade. Aqui está algo que preciso dizer. Sempre que se tem medo de se tomar uma decisão em favor da verdade, não se ama a DEUS suficiente nem se tem um verdadeiro afeto pelas coisas sagradas. Se não estivermos dispostos a sofrer por causa evangelho, tampouco seremos digno de viver nele. Tudo porém está centrado no eu. Não quero sofrer, não quero perder, não quero ser perseguido, não quero perder a reputação.  A grande religião que engana, disfarça e monta um palco. As luzes e os holofotes estão direcionados a você. As musicas cantam pra você, o pedestal é seu. O santuário é desfile de “vencedores”, os degraus estão diante de seus olhos: suba e chegue no topo. Não há espaço para a humildade e o quebrantamento, para a santidade e a separação do mundo no pseudo evangelho. Ele arrasta multidões para os templos, sem contudo leva-los para um lugar onde se adora em espírito e em verdade, onde Cristo seja o centro, as Escrituras os conselhos de Deus, a reverencia seja uma marca distinta, o pudor seja um selo de santidade, e DEUS seja soberano e os homens meros servos da dependência divina. Isso soa muito arcaico. A maior parte dos crentes modernos quer um deus que os obedeça, não um DEUS para obedecer. Esses são os dias difíceis, homens amantes de si mesmo, que construíram um deus segundo os seus próprios caprichos e desejos, esse não é menos falso do que aqueles deuses que os primitivos cristãos detestaram e confrontaram, nos primeiros séculos da igreja cristã, quando homens imperadores eram considerados como divindades, que o povo tinha que venerar, prestar culto e honras. Pratica que os cristãos da era apostólica se opuseram com tamanha ousadia, que tiveram que pagar com o preço de suas próprias vidas, para não se prostrarem a esses deuses falidos e falsos. O DEUS bíblico é Soberano, Santo e Justo, é por meio dele que nos movemos e existimos. Não há como ter um senso de grandeza e glória do verdadeiro DEUS, sem antes ter uma humildade verdadeira e um reconhecimento das nossas limitações perante Ele.

Vivemos na era da satisfação egoísta, muitos procuram o cristianismo moderno, em busca do prazer e da satisfação pessoal. Não são atraídos pela mensagem da cruz, ou porque estão se arrependendo de seus pecados. Em hipótese alguma. A palavra “pecado e pecador” são evitadas. O  cerne da mensagem contemporânea é de pregadores egocêntricos  pra pessoas egocêntricas. Elas querem ouvir tudo o que desejam ouvir. Vincent Cheung, no livro A Luz Das Nossas Mentes,  ensina: “ Não devemos dar as pessoas o que elas desejam, visto que desejam coisas erradas, devemos dizer a elas, o que a escritura ordena que elas desejem.”  Porque estamos vivendo esses tempos tão difíceis, as pessoas estão sendo atraídas por um engodo maligno. Seguir um cristianismo para se livrar da dor, do sofrimento, ganhar muito dinheiro, ter um carro novo, a casa dos sonhos, ter a resolução de seus problemas psicológicos e achar um motivo de nutrir uma autoestima.  Um chamado ao arrependimento soa estranho aos ouvidos de cristãos modernos.  Os templos estão cheio de pessoas que ouvem a todo o instante que elas estão salvas, mas que na realidade nunca reconheceram que eram pecadoras e se arrependeram de seus pecados.  Você não ouve isso dos pregadores modernos. Por quê? Tal mensagem fere a autoestima das pessoas. Não se trata o pecado como se fosse pecado, substitui-se por uma expressão menos rude como “doença” ou “problema” e quase sempre a culpa dos nossos erros, é atribuída ao diabo. A demonologia de muitos grupos neopentecostais é estranha as escrituras, porque livra o homem de seus erros e de seus pecados. O homem é uma vitima inocente,  os responsáveis por todo o caos no mundo são os demônios. Isso não é verdade, tendo em vista que o homem carnal produz as obras da carne, justamente porque ele é um pecador, e será responsável por seus crimes, delitos e pecados perante um DEUS justo, que o julgará por suas ações e incredulidade. Portanto a doutrina do pecado e um chamado ao arrependimento são necessários hoje, não importa se as pessoas gostem ou não de tal mensagem. Nunca devemos formular estratégias para atrair pecadores ao evangelho, evitando qualquer tipo de termo que o confronte ou cause insultos e afrontas.  A mensagem precisa ser doce, emotiva e com boa dose de psicologia, a fim de não confrontar o pecador com a santidade de Deus e a necessidade da conversão. É essa mentalidade que predomina hoje nos pregadores e tele-evangelistas.
Ao invés de firmar os passos nas veredas antigas da mensagem cristã, muitos lideres e pregadores, estão interessados no êxito pessoal, e para isso precisam apresentar uma multidão, para provar que o ministério está sendo abençoado por DEUS. Um templo cheio seria uma prova irrefutável da aprovação divina. É lógico que a verdade não é estéril, mas devemos esquecer completamente do pragmatismo que assola a mentalidade da liderança cristã moderna, devemos tomar o rumo da mensagem da cruz.  Se a verdade cristã ortodoxa não é o caminho que apresentamos aos pecadores para se converterem, as conversões por outra opção não será verdadeira. Jamais poderemos se esquecer disso. O homem natural é afetado completamente pela sua natureza caída, e não pode perceber a sua verdadeira condição espiritual, a menos que DEUS o revele. E isso só pode acontecer quando pregamos o evangelho de maneira correta, tendo como alicerce, o fato de que o homem é um pecador, e que Cristo morreu pelos seus pecados na cruz do Calvário,  a bíblia nos convoca ao arrependimento sincero para que haja uma conversão verdadeira.

Um dos problemas da pseudo-conversão, é o gigantismo do ego. Todas as vezes que um homem tenta entrar na vida cristã, sem passar pelo novo nascimento, ele precisa construir uma ideologia religiosa dentro de uma perspectiva das coisas que aparentam ser. Assim a carne entra em ação, é preciso desenvolver algo que possa ser igualado, imitado, que se pareça com o verdadeiro. Na verdadeira conversão existe a mortificação da carne, na falsa conversão, a exaltação da carne. Na verdadeira conversão, o espírito humano é fortalecido e orientado pelo Espírito de Deus, na falsa conversão, o ego é fortalecido pela natureza caída que se encontra na alma. O verdadeiro cristão produz os frutos do Espírito Santo, mas o falso apenas imita, pela força da carne. Nesses últimos dias tem surgido uma geração de pseudos convertidos, as igrejas estão cheias de gente que nunca nasceram de novo. Basta observar que o comportamento evangélico moderno não é diferente do comportamento mundano. A crise de identidade está exatamente no fato de que muitos são atraídos por mensagens psicológicas, sofrem uma espécie de lavagem cerebral, ou procuram uma religião de conveniência. Pregadores modernos dão ênfase demasia sobre um “deus utilitarista” um “deus servo” que está a disposição e nossos decretos é tornou-se escravo da nossa fé. A grande verdade é que toda uma geração de evangélicos que condenava a idolatria pagã, e discordava dos altares da idolatria do mundo perdido, agora fazem do coração um altar, para cultuar um deus utilitário. Um deus que tolera as todas as iniquidades e está pronto para realizar todos os  desejos materialistas e egoístas do homem.
Recentemente conversei com um amigo e pastor do meu ministério, ele falava a respeito de um casal de crentes, que fazia parte do rol de membros de sua congregação. Devido aos problemas acarretados por faltas cometidas por esse irmão, meu amigo e pastor, teve que entrar com um processo de correção. Quando esse membro percebeu que e estava sendo repreendido e corrigido, desligou-se do ministério e foi procurar abrigo em outra denominação que tolerava seus erros. Que sinal de convertido tem um homem desse? Ele quer servir a Deus sem se sujeitar as normas e os princípios das escrituras? Não quer obedecer a Deus? Esse é o engano fatal. Muitos estão trilhando esse caminho. Nossa geração não suporta a correção. Querem servir a Deus do jeito deles, de nada vale a vontade de Deus. O “faça-se a minha vontade”
predomina praticamente em todos os corações que nunca experimentaram a regeneração.
Para que o amor aos mandamentos e as leis divinas seja uma realidade, nosso ego tem que ser mortificado, porque nosso ego odeia as leis e os princípios de Deus, não querem se sujeitar a lei de Deus. A carne é inimiga, é combatente voraz das coisas espirituais. Outro dia tive um problema na minha congregação, a falta de pudor sempre promove a sensualidade e o erotismo dentro dos templos. Esse é um mal devastador. Mas uma leve correção já trouxe consequências para todos. Por causa de uma leve repreensão, e um pedido singelo para usar roupas mais apropriadas para se portar de modo decente diante do santuário, foi um motivo suficiente para que tal pessoa não voltasse mais para a igreja. Porque não se suporta hoje a correção? Mesmo de forma branda, a maioria não suporta a correção. Porque? O ego predomina, e o ego não gosta de ser corrigido, não gosta de ser sujeito a lei de Deus, o ego precisa ter predomínio, eis porque tanta gente busca uma religião de satisfação pessoal, ao invés de buscar um cristianismo que glorifique a Deus fazendo a vontade de Deus. Tudo isso são características dos dias trabalhosos.
Hoje você raramente ouve mensagens que os pecadores precisam ouvir, você ouve mensagem tipo engodo, para atrair as pessoas para o evangelho. Assim como se usa entretenimento e muita musica, ambiente estratégico para atrair pessoas ao evangelho, mas qual evangelho?  Essa é a questão essencial. Que evangelho estamos pregando hoje? É o evangelho que salva alguns, ou o evangelho que engana a maioria?  Se a pregação temática da cristandade moderna é falar aquilo que os perdidos gostam de ouvir, se eles são atraídos aos templos, por motivos egoístas, como essa mensagem vai transformar o caráter desses corações? Infelizmente estamos vivendo esses dias difíceis, dias de engano, dias que confusão, dias trabalhosos.

Os amantes de si mesmos, querem que o  universo gravite em torno de si mesmos. Lidei com gente que queria que tudo na igreja fosse do jeito deles. Que tudo girasse em torno deles mesmos.  Esse é o grande problema do falso convertido, ele quer ser, sem se sujeitar, quer ser sem se humilhar, quer ser sem obedecer, quer ser cristão sem servir a Cristo, quer ser cristão servindo a sua própria opinião. Outro fator importante, é a questão da visão. O egocêntrico precisa cobrir seus defeitos, olhando para o defeito dos outros. Como podemos ver, os dias trabalhosos, serão sinalizado por gente avarenta, presunçosa, soberba, orgulhosa, gente obstinada, amigas dos deleites. Paulo diz que elas tem aparência de piedade, mas negam a eficácia dela. Uma imitação da não produz coisas verdadeiras. Você coloca uma arvore artificial no jardim, mas ela nunca vai produzir frutos. Só tem a aparência, mas não tem a essência vital., por isso não pode produzir frutos. Assim também é p falso convertido, vai ter aparência, mas nega a eficácia produtiva, uma vez que o princípio ativo de uma verdadeira espiritualidade é produzir muitos frutos, você não verá isso num homem onde predomina o ego. O ego é incapaz de produzir verdadeiros frutos espirituais.
O verdadeiro cristão tem sua atenção e todos os afetos de seu coração para Deus, como descreve Mateus 22:37. Ao lermos salmos 1 e 119, outra característica pode ser observada, bem como na oração modelo, o Pai nosso, Onde Jesus centraliza a vontade em Deus, com a frase “seja feita a Tua vontade” ou seja, o foco do amor cristão é nos mandamentos de Deus. Deus e os seus mandamentos, era assim que Jesus andava, e portanto Paulo afirma que aquele que não tem o espírito de Cristo esse tal não é dele.  Aquele que ama a Deus de todo o coração, tem sua vida voltada para a obediência e os mais elevados sentimentos ao Senhor, aquele que ama a Deus de verdade, ama os seus mandamentos, os seus estatutos, ele não se importa quando é corrigido, pelo contrario ele quer fazer a vontade de Deus, e a sua vida gira em torno dessa visão, fazer a vontade de Deus, satisfazer a Deus, cumprir os mandamentos de Deus, a verdadeira transformação espiritual conduz o homem  nessa direção, ele é transformado no cerne de seu ser, para servir a Deus em espirito e em verdade, quando a pessoa não quer ser submissa, quando a pessoa não quer obedecer, quando a pessoa não se importa quando aquilo que ela faz decide ou crer, é oposto ao que as escrituras ensinam, quando não está disposta a ser corrigida, quando não quer andar no nível em que as escrituras exigem que ande um filho de Deus, quando não quer se sujeitar aos princípios da palavra de Deus, quando a pessoa teima em viver de forma errada, mesmo diante dos mandamentos claros da palavra de Deus, então essa pessoa cumpre as características de uma pessoa que ama a si mesma e não a Deus, que crê em si mesma e não em Deus, que quer obedecer as suas opiniões e não a palavra de Deus.  
Que o Senhor possa iluminar os olhos de nosso entendimento, que possa abrir o coração de cada cristão sobre esse assunto, e possa conduzir os que estão enganados, por uma vereda de justiça. Que a luz do evangelho da verdade possa refletir com total poder no coração daquele que ler esse artigo.

Soli Deo Glória

Pr Clavio Juvenal Jacinto



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Footer Left Content