sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Orgulho e Vida Espiritual



O orgulho é um sentimento egocêntrico, um pecado que se aloja no nosso coração. Embora nem sempre seja abordado de forma profunda, trata-se de um dos pecados mais abomináveis. O orgulhoso se acha em posição de superior aos demais. Assim Cristo conta a historia de um fariseu e um publicano que vão orar no templo. O fariseu está cheio de justiça própria. O que seu coração contempla são suas próprias qualidades.  Seu modelo de aferição é o seu próximo.  Assim o fariseu olha para uma pessoa bem pior do que ele, era publicano, homem de pouca piedade, enquanto ele, tinha um zelo extraordinário pelas coisas religiosas. Assim a sua comparação passa a ser de suas supostas virtudes religiosas contrastadas com as dos publicanos. Nesse caso, ele se considerava muito melhor. Era dizimista, frequentador assíduo do templo, homem de oração, etc. São qualidades que nutriam seu orgulho. Sua vida era colocar-se ao lado dos outros, e por ter uma religião sofisticada cheia de pormenores, cujo o zelo, sem duvida nenhuma era superior a qualquer outra filosofia judaica. Mas isso lhe trazia orgulho! Então achava-se muito melhor do que os outros. Deus teria que aceita-lo, porque era merecedor desses méritos. Não há espaço para a dependência de Deus, não há espaço para a graça e nem para a misericórdia. Aliás o fariseu sempre tinha um olhar atento para as coisas exteriores, e era completamente descuidado para pecados abomináveis como o orgulho e outros pecados interiores, que ficam alojados dentro do coração humano. Assim ele consegui ver enormes pecados exteriores no publicano, sérios agravos naquele homem, mas era incapaz de enxergar o seu próprio orgulho, ou melhor: seus próprios pecados.

 O orgulho é aquele sentimento de que e estamos em uma posição melhor, porque somos capazes de fazer o melhor. Essa tendencia de centralizar o nosso eu, de energizar nossos sentimentos pessoais para nutrir a nossa auto-satisfação e receber a admiração alheia. Assim nosso eu se intoxica, fica inebriado com a admiração dos outros, dos elogios, aplausos, e porque não dizer, nosso próprio coração aplaude a nós mesmos. Pois que lá dentro elogiamos a nós mesmos, quando vimos supostamente tanta gente pior do que nós. A Unica direção certa para um homem transformado, é compara-se a Cristo. Nessa visão comparativa, então é destituída a nossa glória pessoal. Cristo nos convida a tomar uma cruz, e o ego não gosta dessa coisa vergonha, e nos incita a negar-se a si mesmo, e o ego odeia essa pratica. Somos chamados para a vida de humildade, a sermos pobres de espirito. Nosso orgulho precisa morrer, se quisermos ser verdadeiros seguidores de Cristo. Não há espaço para o nosso "eu" no caminho do evangelho, porque ele nunca está de acordo com os valores do Reino de Deus. Podemos ser bons religiosos, abraçarmos uma variedades de crenças e liturgias, e então classificar o que achamos que é pecado e o que não é, de acordo com nossos pontos de vista ou do ponto de vista da nossa denominação. Mas aquele que tem a mente de Cristo e segue os passos do Mestre não é cativado pelo orgulho, porque o caminho da vida espiritual não permite que venhamos carregar o fardo sujo do orgulho humano. A humildade nos coloca em ultimo lugar e na presença de Deus, o orgulho nos posiciona frente dos demais, mas fora da presença de Deus. Que o Senhor abra os nosso olhos, porque olhando para a realidade do que somos, só podemos baixar a nossa cabeça e bater no nosso peito para pedir a misericórdia de um Deus santo e Todo-Poderoso.

"A cruz de Cristo mostra que a misericórdia de Deus foi a causa da nossa redenção, e não nossas atitudes pessoais. Um coração que conserva essa dependencia da graça de Deus, não dá qualquer lugar para a soberba morar na sua alma"



Clavio J. Jacinto

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