sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Usurpadores da Autoridade das Escrituras.

Como uma Denominação Solapa a Autoridade das Escrituras e Torna-se Uma Seita Intolerante.


 As divisões fracionadas que o protestantismo evangélico sofre hoje, tem suas origens no pentecostalismo. Antes do advento do movimento pentecostal não havia muitas divisões, depois do advento pentecostal,  outros movimentos surgiram influenciados por ele, Os filhos manifestos, o movimento de renovação nas igrejas históricas, o neopentecostalismo, a renovação carismática, etc. Hoje vimos uma verdadeira “pulverização” do movimento evangélico carismático, há uma constelação infinita de novos grupos, seitas, denominações e ministérios criados por homens, nem sempre com boas intenções e cada vez mais distantes do cristianismo bíblico. Falo por experiência própria,  muitos lideres “fundadores” de ministérios, não entendem praticamente nada de teologia, não conhecem nem mesmo as doutrinas básicas da fé cristã, não conseguem fazer nem mesmo uma boa exegese dos textos mais simples da bíblia. Alguns são verdadeiros coronéis e na pior dos modelos ditadores. Isso é ruim, é uma lastima, para não dizer uma vergonha. Eu também me envolvi com muitos movimentos ditos “evangélicos carismáticos” as experiências não são nada  agradáveis. Não afirmo isso com alegria, mas com muita tristeza no coração. A minha desconfiança veio a partir da leitura de bons livros e um estudo mais perspicaz das sagradas Escrituras e do cristianismo histórico, livros como “A Sedução do Cristianismo e Escapando da Sedução” de Dave Hunt, De alguma forma esses livros trouxeram uma desconfiança para com o mundo evangélico carismático atual e seus clichês espirituais e suas manias religiosas. Logo em seguida, “Cristianismo em Crise” de Hank Hanegraaff, também ajudou a nutrir essa desconfiança.
Rever conceitos, refletir, pesquisar e estudar as Escrituras sempre foram caminhos que trilhei com dedicação. Mesmo sem muito apoio,  sempre prossegui de forma independente. O que aprendi desejo compartilhar para ajudar e esclarecer alguns. Grande parte das “denominações” e “ministérios” que conheci, solapam a autoridade das escrituras de forma clara e aberta, mesmo que seus lideres não percebam isto e as pessoas envolvidas não percebam tal coisa. A falta de discernimento hoje é muito grande, lideres são “divinizados” e não podem ser questionados. O mundo evangélico carismático está cheio de  “micro-papas”, possuem os mesmos atributos dos apóstolos da Nova Reforma Apostólica, contato direto com o céu e recebem suas revelações direto  do “trono da graça”. A bíblia é a autoridade final  em questões de fé e pratica de uma verdadeira igreja. Por favor, se deixarmos os absolutos das Escrituras, entraremos no campo minado do subjetivismo e do relativismo espiritual. Sem um leme que nos direcione, qualquer sentido pode ser  do ponto de vista humano, um caminho certo. (Provérbios 14:12)Sem um prumo que padronize e  determine a vida cristã, cairemos em serias armadilhas e haverá sérios desvios da sã doutrina e da coerência, para a cegueira espiritual e para o fanatismo.
Em 1978, vários lideres cristãos nos EUA se reuniram com o propósito de defenderem a autoridade das Escrituras, desse movimento surgiu a “Declaração de Chicago Sobre Entrância Bíblica”  esse documento é um manifesto contra o liberalismo teológico, seu texto vai além, pois o reconhecimento das Escrituras como autoridade final é uma questão crucial para determinar a legitimidade de uma igreja evangélica. A grande maioria dos movimentos evangélicos modernos desvia-se completamente disso. Um dos problemas mais sérios é a invenção de escritos documentais anexados a certos movimentos sectários  esses documentos tornam-se em pé de igualdade com as Escrituras, ou até acima das escrituras. Um exemplo claro é o RI (Regimento Interno) de algumas igrejas cristãs. O RI é tão altissonante, que quebrar as regras contidas nele é tão severo quanto um crime hediondo, mas se o pecado praticado estiver fora dele (mas dentro da bíblia) é praticamente ignorado. O RI é a autoridade maior do que a bíblia, e, aliás, se os princípios já estão nas Escrituras, então porque um RI?  Segue um exemplo, uma igreja “ultraconservadora” registra no seu RI que uma mulher não deve usar saias com fendas. Se o RI for transgredido, o transgressor é punido, mesmo que,  o que a bíblia ensina é que  a mulher se vista com pudor (I Timóteo 2:9) e esse deve ser o padrão bíblico: com pudor, uma mulher pode vestir-se com pudor como determina a bíblia, mas se o RI determina algo a mais, então o RI determina o que é certo e o que é errado, solapa a autoridade das Escrituras e torna-se um acréscimo a elas. O que não apenas é um erro, mas pecado. Mas o problema não termina ai. O RI é um verdadeiro promotor de hipocrisia e de injustiça. Porque os Ris contem tantas regras de punição sobre coisas exteriores, e deixa de fora qualquer punição para pecados interiores, como inveja, luxuria, orgulho. Porque não há punição para falsos profetas (o movimento pente-carismatico está cheio deles) ou para murmuração, mentiras,  ódio, rancor, etc.? Porque certos pecados são punidos e outros omissos? Certo RI pode conter a regra simples de que a mulher não deve usar “botas de franjas” a transgressão segue a punição (Disciplina). O argumento é que isso é mundano, sejamos sinceros, o tipo de hierarquia que muitos pentecostais carismáticos sustentam é puro mundanismo e isso está claramente  descrito por Jesus Cristo  em Mateus 20:25 e 26. Seus lideres imitam os príncipes desse mundo, liderando de forma condenada por Cristo. E agora?. Sim o RI  determina o que é errado, não a bíblia. Conheço gente que vive a regra de um RI, mas compra e não paga, é transgressor, porque acima de tudo é infiel aos contratos. (Romanos 1:31)  e transgride o ensino de Cristo do sim, sim e do não. Porque tais coisas acontecem? Porque regimentos internos estão acima da bíblia, devem ser tomados ao pé da letra, já as transgressões bíblicas devem ser ignoradas e levadas para “debaixo do tapete” eu mesmo vi com meus próprios olhos como essas coisas são tratadas.  Vi como certos indivíduos conseguem cometer pecados sérios como jogar um irmão contra o outro e promover partidarismo dentro das congregações e ficar completamente impune, porque não havia tal coisa no RI e a bíblia? Era apenas fachada, nunca autoridade final em questões de fé, pratica, doutrina e disciplina. Isso é um pecado grave! Compromete todo o sistema. As seitas fazem isso, além da bíblia precisa existir outra autoridade, um acréscimo em detrimento a uma suficiência. Isso é um erro, um erro muito grave que vai custar a eternidade de muitas almas. Fuja de igrejas que colocam documentos humanos, revelações, visões extrabiblicas acima das escrituras, elas são caminhos de erro. Fuja de igrejas cujo seus lideres são manipuladores, que usam de documentos extra-biblicos para promover terrorismo psicológico e desviar as almas do evangelho. Tais lideres pretendem ser intocáveis, podem passar por cima da autoridade das Escrituras, pisar seus preceitos, pois se acham infalíveis  quando assumem púlpitos, crêem esses ditadores religiosos serem  dotados de uma “unção especial”,  verdadeiros césares religiosos, possuídos pela pompa do orgulho de sustentarem títulos pomposos que os colocam acima da humanidade comum: os “leigos”. Quando na verdade o Novo Testamento ensina o sacerdócio universal de  todos os santos  (temas que tais não gostam de pregar)
Por incrível que pareça, Regimentos internos tornam-se, em algumas igrejas, a  autoridade suprema para classificar pecadinhos e pecadões. Não a bíblia, mas um documento extra, determina o que se pode fazer ou não. Se um RI é baseado na bíblia, então que necessidade tem? Se a bíblia já define o que é certo e o que é errado? Ora, usando um RI para controlar pessoas, uma igreja acaba cometendo o delito de usar dois pessoas e duas medidas. Pune alguém por  desrespeitar o Regimento Interno, mas não pune com  mesma medida se outra pessoa quebra um princípio que está na bíblia mas não está no RI. Uma mentira pode ser classificada como um pecadinho, a inveja segue essa mesma regra de classificação. Outros precisam ser punidos. Havia uma época que ouvir radio era pecado, quem dizia isso? O regimento interno e não a bíblia. Pessoas eram punidas por quebrarem as regras do RI, porque ele era a autoridade final em questões de fé e pratica. Esse problema é antigo, Jesus repreende severamente os fariseus por colocarem suas tradições em pé de igualdade ou acima das Escrituras (Mateus 15:6) Eu não estou dizendo que um regimento interno é algo errado, não! Mas é um erro grave, digo gravíssimo, colocar um RI ou qualquer documento em pé de igualdade com a  bíblia ou uma autoridade maior do que a bíblia. Eu já fui testemunha ocular, vi certos lideres ignorarem completamente um mandamento bíblico, e imporem pesadas disciplinas em quem desobedecia a uma regra do RI. Porque isso ocorre, porque esses acréscimos a palavra de Deus?  É porque a Bíblia não é suficiente e nem mesmo a autoridade final. A bíblia condena tal coisa (Veja Apocalipse 22:18) Um acréscimo á bíblia é um pecado grave. Usurpara a autoridade das Escrituras é um pecado grave. Por isso mesmo deveríamos estar bem atentos ao que ocorre em certas igrejas, quando ocorrem revelações extra-biblicas que ultrapassam os limites do Canon sagrado ou são acrescentados documentos e livros que ficam em pé de igualdade com a bíblia sagrada. Essa é a forma das seitas mais severas atuarem nesse mundo. A crença na insuficiência das Escrituras é um modo de crer que o Espírito santo não fez uma obra perfeita ao inspirar os 66 livros, nem foi competente para inspirar os escritores bíblicos a colocarem todas as informações necessárias para o bom andamento da igreja e de todos os cristãos. A gravidade de tal idéia torna-se muito perigosa, tão ridícula e perniciosa, que muitas pessoas cegas, acabam acreditando que seguir religiosamente um regimento interno é a única maneira de se salvar.  É a única maneira de provar ser um verdadeiro salvo. Assim crêem de tal forma, que certos grupos acreditam que os que não seguem as normas denominacionais de sua denominação, contida no RI que defendem com unhas e dentes de forma camuflada, não são salvos. Vi fatos horríveis, candidatos ao batismo, são confrontados com o Regimento Interno, devem obedecer a eles, não a bíblia. Aos candidatos de certos grupos é apresentado as normas do RI, e não as Sagradas Escrituras. É dessa forma que vimos como se abre o caminho para a mais tenebrosa hipocrisia. É correto crer que sendo toda a Escritura inspirada por Deus (II Timóteo 3:16) todas as escrituras precisam ser observadas e não alguns regulamentos. É um erro dar uma ênfase a certos princípios bíblicos e ignorar outros. Trata-se de outro evangelho que produz pseudo- cristãos. A bíblia no seu todo “Toda a Escritura” e não somente uma meia dúzia de preceitos. Eu poderia citar um numero enorme de deveres e mandamentos que são importantíssimos e não se leva em consideração hoje, porque a maioria deles são de ordem interior. Mas olhe bem, um estudo de Mateus 23 mostra como os hipócritas fariseus davam uma ênfase doentia ao exterior e nem se preocupavam com o interior, inventaram rituais para observação religiosa que os fazia distinguir entre os demais. Eram verdadeiros sepulcros caiados. Eu sinceramente nunca vi lideres disciplinando ou exigindo disciplina para membros que quebrassem certos mandamentos ou cometessem certos pecados como “Olhar para uma mulher com intenção impura”(Mateus 5:28) ansiedade (Mateus 6:25 a 36) não perdoar o próximo (Mateus 6:14) não cumprimentar os que não professam a mesma fé ((Mateus 5:47) a lista pode torna-se quase infinita.  Isso é só um exemplo claro, de que a bíblia por via das regras não é nada mais do que fachada, e se existe punição disciplinar quando o RI é quebrado, mas não se aplica o mesmo quando os mandamentos e preceitos da bíblia são quebrados, o que fica exposto é que o RI é mais autoritário do que a bíblia, e os mandamentos de homens sobressaem sob mandamentos de Deus, (Muitos preceitos em Regimentos internos de igrejas legalistas, são doutrinas de homens, você não encontra certas proibições na bíblia, somente em RIs)não é de admirar que eu tenha encontrado um numero muito grande de hipócritas, falsos cristãos e gente que consegue sustentar duas caras em certos movimentos dito “conservadores”. É com grande tristeza que afirmo isso. Eu não estou me colocando ao lado de qualquer tipo de liberalismo teológico, doutrinário ou seja o que for. Sou um conservador, sou fundamentalista cristão, não tenho medo de afirmar isso. Creio na suficiência das Escrituras e em cada regra, respeitando o contexto em que deve ser aplicado. Creio na inerrancia das Escrituras, creio que Jesus Cristo veio em carne, creio na inspiração plena das Escrituras, creio na morte substitutiva de Cristo, creio na ressurreição literal, creio na ascensão física e no retorno triunfante de Cristo, acima de tudo creio que Cristo deu mandamentos aos seus seguidores (Atos 1:2) agora por favor, acrescentar algo as escrituras é um erro, a bíblia e somente a bíblia deve ser nossa bussola ético espiritual (Isaias 8:20).  Quem faz acréscimos a palavra de Deus e coloca esses acréscimos em pé de igualdade ou acima das Escrituras é mentiroso,  e o Mentiroso não tem parte com Deus, à origem da mentira é o diabo e não Cristo (João 8:44) leia a advertência de provérbios: “Toda a Palavra de Deus é pura, escudo para os que confiam nele. Nada acrescentes as suas palavras, para que não te repreendas e sejas achado mentiroso” (Provérbios 30:5)
No prefacio da declaração de Chicago da Inerrancia Bíblica
A autoridade das Escrituras é um tema chave para a igreja cristã, tanto desta quanto de qualquer outra época. Aqueles que professam fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador são chamados a demonstrar a realidade de seu discipulado cristão mediante obediência humilde e fiel à Palavra escrita de Deus. Afastar-se das Escrituras, tanto em questões de fé quanto em questões de conduta, é deslealdade para com nosso Mestre. Para que haja uma compreensão plena e uma confissão correta da autoridade das Sagradas Escrituras é essencial um reconhecimento da sua total veracidade e confiabilidade.
O ultimo artigo da declaração termina com essas palavras:
Artigo XIX
Afirmamos que uma confissão da autoridade, infalibilidade e inerrância plenas das Escrituras são vitais para uma correta compreensão da totalidade da fé cristã. Afirmamos ainda mais que tal confissão deve conduzir a uma conformidade cada vez maior à imagem de Cristo.
Negamos que tal confissão seja necessária para a salvação. Contudo, negamos ainda mais que se possa rejeitar a inerrância sem graves conseqüências, quer para o indivíduo quer para a Igreja.

 Embora o propósito da Declaração de Chicago não seja exatamente o problema exposto aqui, é bom ressaltar que de certa forma eu vejo como muitos acréscimos ao Canon histórico da Bíblia comprometem a pureza da fé cristã, e subornam a autoridade que só pertencem a ela. Que os olhos do nosso  entendimento estejam abertos para nos desviarmos de tal maldade

Clavio J. Jacinto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Footer Left Content