quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Xylon Didymon


                                  Xylon Didymon


Das correntes do pecado fostes arrastado
Em tronco cruel, as áspides de minhas iniquidades
Açoitaram teu amplo coração
Como chuvas de fel, oceano de absinto
Meus ignóbeis pecados

Os açoites tocam uma opera de horror
dilaceram até carcomer a face pura do Salvador
As estrelas choram e as flores murcham
O madeiro pulsa a destruição de todos os calices
Como um eco do bramido de todos os medos

Sustenta o patíbulo a orla das dores
A ferocidade de todos os escárnios
Desdenham de um rei vestido de sangue
Um bendito num lugar maldito
Ele, na paciência de um cordeiro manso

E eu apenas contemplo em santo silencio
No castelo insipido de minha consciencia
Pensando na graça divina no seu coração
Pois de outra forma. padeceria tão dura condenação
Entre os mais infiéis da terra.

Num madeiro tomaste os meus anatemas
Levastes consigo minhas ações execraveis
Por amor e somente amor, suportastes
A grave condenação que selava meu pobre destino
Estou  ciente, não sou merecedor de tua misericórdia

Apenas em meu coração 
Deixo crescer dia após dia, aquela virtude humilde
Que fortalece a alma e o coração
Para que do agora a até a eternidade
A gratidão nunca se apague dentro de mim...


Clavio J. Jacinto

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