segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O TESTEMUNHO DO REMANESCENTE NOS TEMPOS DE APOSTASIA




Cristo morreu por nossos pecados. (I Corintios 15:3) essa é a declaração de Paulo,  o tema central da sua teologia. Cristo, e somente Cristo veio morrer pelos nossos pecados, a obra perfeita foi realizada por Ele, seu triunfo sobre a morte e o pecado, foi o marco que terá uma memória eterna. Em que temos a redenção pelo sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Colossenses 1:14) O testemunho do Novo Testamento é muito claro. Esse deve ser o nosso grito angustiante, Cristo Jesus nosso Salvador morreu pelos nossos pecados. Há na cruz uma dor profunda que partiu e dilacerou a alma de Deus em Cristo. O sofrimento vergonhoso da cruz, para trazer glória e incorrupção pelo evangelho “E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (2 Timóteo 1:10).  A igreja pós moderna abandonou o conceito bíblico do pecado, e quando o conceito bíblico do pecado é abandonado, a obra da cruz perde o seu teor de profundidade. Não é sem causa que muitos estejam associando a cruz com amor, quando na verdade a cruz é o símbolo de um juízo terrível contra Cristo por causa de nossos pecados. Você não encontra nas Escrituras que a cruz é uma expressão de amor, o amor ´de Deus está no Filho, não na cruz, e esse amor se manifesta ao mundo, não porque merecemos, mas porque a graça de Deus se manifestou.  Todo o ódio justo de Deus, toda repulsa que Ele tem contra o pecado, toda a sua ira por causa de nossas abominações, foram jogadas sobre Cristo na Cruz “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3:13) “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que mortos para o pecado, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas pisaduras fomos sarados”(I Pedro 2:24). A cruz está o ápice da dor, do sofrimento, da vergonha, da ignomínia, do vitupério, da agonia, da dilaceração, é pois o lugar  mais abominável do universo, e Cristo esteve lá, para fazer expiação pelos nossos pecados. “O qual se deu a si mesmo em preço de redenção”(I Timóteo 2:6) Ele foi o preço do resgate, o preço pago foi elevadíssimo, por isso mesmo, é inaceitável uma pregação do evangelho superficial, uma vida cristã sem uma cosmovisão profunda da cruz, é uma teologia fracassada. A igreja moderna carece desse testemunho vigoroso. Nós temos a redenção somente por causa de Cristo, sua morte e ressurreição, e isso ele fez através da cruz. “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”(Efésios 1:7) “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”(I Pedro 1:18 e 19). “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.”( 1 João 2:2)
O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo veio na plenitude dos tempos, para morrer pelos nossos pecados. O amor do Pai se manifestou em seu Filho, não na cruz que Ele suportou. A obra de sacrifício redentor foi causada pelo amor, mas não houve nenhum sentimento de amor na cruz. O que houve nela foi um sofrimento maldito, uma sentença terrível que só Cristo poderia suportar.  A cruz simboliza a vergonha, a sentença do pecado. A cruz revela a gravidade nefasta do pecado, não há romance na cruz.  O épico do Filho de Deus pode conter amor, quando lavou os pés dos discípulos, pode revelar o mais puro amor na entrega incondicional a dor, mas o sofrimento em si e as injurias malditas causadas pela cruz, não podem ser considerados como reações de amor, elas são reações da rebeldia humana, a nossa rebelião provocou todas as dores da cruz de Cristo. A cruz é mais ódio da humanidade, é mais violência do pecado, é mais conseqüência de rebelião, e só um tratamento tão radical pode conceder aos pobres e miseráveis pecadores, tamanho perdão. Não compreender isso, nos remete para uma pregação fraca, para uma teologia fraca e por fim para um fé superficial. Deus não derramou o amor por seu Filho La na cruz, Deus derramou o seu juízo sobre o seu Filho por nossa causa. Entender isso é importante, não entender a obra da redenção, a obra perfeita da cruz, gera um cristianismo distorcido, uma anomalia espiritual. “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto. Suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se a destra do trono de Deus”(Hebreus 12:2) Ele suportou a cruz, ele carregou os nosso pecados, suportou a sentença. Esse sacrifício de Cristo tem um oceano de significados “E que, havendo por ele feito a paz pelo seu sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus”(Colossenses 1:20 “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contraria, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.”(Colossenses 2:14) A grande descida de Cristo aos sofrimentos humilhantes da humilhação, em uma “cruz sublimis” ele desce a vergonha,  a humilhação de uma morte tão vil “E, achado na forma de homem. Humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz”(Filipenses 2:8).  Não há como desviar-se do foco central do evangelho, fugir da mensagem da cruz é apostatar-se, diminuir os méritos do sacrifício de Cristo na cruz é promover outro evangelho, mesclar a perfeita obra de Cristo na cruz com nossos méritos religiosos é promover um humanismo decadente. A graça é a graça no seu sentido mais bendito, ou a nossa religião torna-se uma superstição humanista. “E, levando ele ás costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Golgota”(João 19:17)
Não podemos diminuir a importância da obra da cruz ou tentar dissolver seus significados profundos com nossos supostos sentimentos compassivos. O homem pecador não tem moral para falar da misericórdia e da justiça de Deus. Ele não tem méritos e nem discernimento próprio, para buscar através de sua razão e sua emoção, os significados espirituais mais profundos da obra da redenção realizadas por Cristo na Cruz. Se não fosse a revelação divina, contida nas Sagradas Escrituras, estaríamos alheios e nunca poderíamos alcançar uma compreensão maravilhosa da graça de Deus e do sacrifício de Cristo na cruz. “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24) A expiação no sistema do sacrifício levitico apontou para Cristo e a sua obra perfeita. Não podemos deixar de olhar para tão maravilhosa graça, que se manifestou através de Cristo, nosso Senhor e Salvador “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu zeloso e de boas obras” (Tito 2:13) A vida cristã e a pregação cristã. O testemunho do cristão aponta apenas em direção da cruz, lá no madeiro tenebroso Cristo suportou a nossa condenação, esse deve ser o testemunho dos verdadeiros cristãos, esse deve ser o testemunho do remanescente. “O qual se deu a si mesmo m preço de redenção por todos, para servir de testemunho ao seu tempo”(I Timoteo 2:6)

 A palavra traduzida "expiação" do hebraico é כּפר (kâphar)  o que significa mais completamente,  perdoar  um pecado pagando uma penalidade.

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