Poderíamos afirmar que Deus existe pelo fato da
fé cristã existir, pois a fé cristã existe por causa de Cristo. São causas
paralelas, opostas aos pensamentos racionalistas de profetas niilistas como
Friederich Nietsczche. Há um desígnio na existência humana, cada ser humano é
dotado de suas próprias complexidades. A vida é um milagre, mas a fé é um
milagre ainda maior. A fé cristã é a escada da ascensão para o ideal do homem
bom, porque o fim da vida espiritual no conceito do verdadeiro cristianismo é o
“eicone” de Cristo, (Romanos 8:29)ser feito a sua imagem e semelhança, como na
criação original, onde o homem foi feito a imagem de Deus. Não falamos sobre
fraqueza, a moral cristã faz um homem forte, o fracasso do cristianismo não é
sua mensagem, são os não praticantes. A religião cristã não é uma muleta psicológica,
pois dentro dela, confere-se fundamentos
pelos quais se estruturaram a civilização ocidental. Se dentre os professos
existiram os homens malignos, isso foi por causa da pura ficção religiosa. A
pratica do verdadeiro cristianismo produz verdadeiros santos e homens nobres. O
seguir a Cristo pode ser subjetivo, é o caso de Judas Iscariotes, mas a pratica
das virtudes de Cristo é objetivo, o homem tem uma direção a tomar. Não é ser
fraco, é ser forte no caráter, mas a fortaleza das virtudes não se encontra
fora da humildade e da mansidão. A pratica do perdão é celeste e a da vingança
terrestre, uma libera a felicidade e a outra a tristeza. Deus não é uma ilusão,
porque a causa de tudo precisa de uma causa maior. Assim como o nada é um
absoluto que impossibilita a existência de qualquer coisa, a existência de tudo
se dá por uma causa maior: Deus. Cristo revelou Deus na sua essência. A
magnitude do universo e sua imensidão
ordenada e magnífica mostra a grandeza infinita de Deus. A revelação de uma magnitude infinita não pode
se dar, a não ser através de uma entrada humilde ao seio da humanidade, por
isso o verbo se fez carne (João 1:1 e Apocalipse 19:13). A nossa fração é muito
mínima para conter a visão da imensidão de Deus. Não estamos aptos a pisar nem
nossos pés no espaço de sua criação, somos quase prisioneiros em um ínfimo planeta,
os milhões de anos luz nos impedem de tocar no conhecimento da própria criação
exterior, o universo, imagine conhecer o criador de todas as coisas. Essa
finitude peculiar ao homem comum, que vive apenas algumas décadas sobre esse
planeta é demasiadamente imediata, comparada com a totalidade do tempo e a
extensão da criação. Nesse caso, o silencio deveria ser o fruto do mistério, a
contemplação a consequência das maravilhas do universo. Mas o homem
condicionado aos limites da sua própria existência e preso as circunstâncias
afirma que Deus não existe. Diante do desígnio da vida e dos atributos do
universo, isso é inaceitável, o homem que não conhece todos os mistérios do
cosmos, que não pode tocar em cada estrela e vasculhar cada milímetro do
universo, não pode chegar a tal conclusão. Mas os céus declaram a glória de
Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos (Salmos 19:1 e 2) porem a inteligência
iluminada pela razão mais pura, consegue ver um desígnio nas coisas criadas,
pode ver o obvio dentro desse imenso espetáculo que é a criação. A brevidade da
vida terrena é um labirinto extremo, criado pelo egoísmo de nossas
complexidades rebeldes, a saída é o alto. Deus existe, é a causa maior de todas as
coisas. Existe e é responsável pela causa de todas as coisas verdadeiras e
boas. É impossível enxergar o desígnio, cavando frestas entre
nosso orgulho, e levar nossos pensamentos para navegar no acaso sem rumo, como
se a sorte e o azar fossem partes de um universo fechado jogando a vida humana
para uma direção sem certezas. Há uma
razão mais elevada na existência, há propósitos e projetos, eles podem ser
observados numa cosmovisão cristã, a verdadeira mensagem cristã, dá dignidade
ao homem, o mandamento acima de todos os mandamentos é amar ao próximo com uma
intensidade de compaixão fervorosa que é aceso pela paixão mais imediata à Deus(Mateus 22:37) Amarás o Senhor
teu Deus de todo o teu coração, alma e pensamento e o mandamento semelhante a
este é amar ao próximo. Que direção elevada! Que sentimento mais nobre! Que dignidade
ao ser humano! Foi Cristo quem ensinou isso, essa não é uma direção que conduz
a fraqueza, é a fortaleza do caráter humano. Deus existe negar sua existência é
apenas uma filosofia alternativa para os que desejam tomar uma direção sem
bussola, um destino sem luz. A incredulidade é um mergulho na imensidão obscura
do próprio ser, Deus não é uma ilusão, a ilusão está em outra direção, oposta a
fé, e a ilusão de um acaso cego, que por consequência cega a todos que vivem
asfixiados pela vida sem um sentido espiritual. “Olhai para mim e sede salvos,
vós todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro”(Isaias 45:22)
Clavio J. Jacinto
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