sexta-feira, 13 de abril de 2018

A ETERNIDADE DO VERBO E A HUMILHAÇÃO DA ENCARNAÇÃO – Sermão I



Quando Cristo afirma que Ele era antes de Abraão (João 8:58 e 59) ele estava revelando-se como aquele que saiu dos portais da eternidade e estava no tempo criado. O tempo é parte da criação, assim como a matéria  também é. Cristo veio na plenitude dos tempos (Gálatas 4:4) entrou na criação e se fez criatura quando tornou-se homem (I Timóteo 3:16) A eternidade não tem começo e fim, mas o tempo tem, Cristo não saiu das coisas finitas mas da eternidade (Miqueias 5:2)  significa que o Cristo Eterno entra na matéria e na criação, essa é a realidade da pessoa de Cristo(João 14:6) O logos de João 1;1, traduzido como Verbo, era com Deus, estava com Deus, estava dentro da essência da divindade em semelhança e identidade. A ação criadora total só pode ser manifesta em quem pode expressar uma divindade absoluta, e todas as coisas foram feita por ele (João 1:3) A plenitude da divindade estava nEle (Colossenses 2:9) A encarnação de Cristo significa que Ele entra na criação, da manutenção para a sujeição, mas na ressurreição ele sai do tempo e volta para a eternidade, e da sujeição volta a obra de manutenção da criação (Hebreus 1:3). Quando cristo afirma “Eu sou”, embora entre no tempo criado, o verbo que entra na encarnação, como um grande mistério (I Timóteo 3:16) não deixa de ser eterno, pois a união hipostática não anula a sua eternidade. Assim Deus em Cristo é a consumação de mistério maravilhoso, o Filho eterno que era desde a eternidade com o Pau vem ao mundo para tornar-se sujeito ao Pau através da sua encarnação.  Quando o eterno se faz humano, e sujeita-se aos limites das coisas criadas, revela sujeição humilhação e poder, porque Deus sendo Deus, tornou evidente que não era impossível que seu Filho ganhasse um corpo limitado pela criação, para que a criação ganhasse um corpo que não fosse limitado pela eternidade. O verbo encarnado é um elo que une o homem mortal á imortalidade e o temporal a eternidade. Por isso  Cristo é a esperança da glória (Colossenses 1:27) Pois que em desespero caiu a Adão e toda a sua posteridade ficou sujeita a humilhação e a corrupção, e Cristo na sua encarnação, sem deixar de ser eterno por natureza, torna-se mortal por sujeição, na vida da sua carne, pois torna-se humano sem deixar de ser divino, para que o homem possa comungar com as coisas espirituais. Entrando no mundo, foi preparado um corpo para o Filho de Deus (Hebreus 10:5) esse corpo de carne, santificado na essência de quem o possuía, o Cristo divino, fez com que o relacionamento do homem com Deus fosse possível, porque na cruz e através de um sacrifício perfeito, e o verbo na sua condição de carne rasgada, na dor e no desamparo, sujeito a condição de sofrimento, abre um vivo caminho para tornar possível a união comunicativa entre os homens e o Deus Soberano (Hebreus 10:19 a 25) Seja Deus louvado por tão grande beneficio concedido aos pecadores.

Clavio J. Jacinto

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