quinta-feira, 19 de abril de 2018

A PARÁBOLA DOS DOIS JARDINEIROS

Um rei tinha dois jardineiros, um era responsável pela colheita de flores silvestres, outro era responsável pela colheita das flores no jardim. Todos os dias, cada um fazia seu trabalho com dedicação, eram homens simples, servos do rei. No palácio havia uma sala de recepção que eram adornadas todos os dias com as flores colhidas. As flores que o jardineiro buscava nos campos eram bonitas, mas as rosas que o outro jardineiro apresentava eram magníficas. Todos admiravam e apreciavam aquele espetáculo de lindas rosas em arranjos magníficos. Um dia, o rei chamou os dois jardineiros e perguntou por que as flores colhidas no jardim eram tão magníficas e seus arranjos tão perfeitos. Então o jardineiro das rosas olhou para o seu amigo colhedor de flores silvestres e então olhou para o rei e disse:

-O segredo está nas mãos
O rei em com a face confusa, pouco entendeu daquelas palavras, mas olhou para o primeiro jardineiro e pediu que mostrasse as mãos, o que ele fez de imediato. Suas mãos eram lisas e macias. Então pediu para o jardineiro das rosas mostrarem suas mãos e elas estavam feridas e cheia de cicatrizes. Este então lhes disse
- Colher rosas e trabalhar com elas não é um serviço fácil, elas possuem espinhos afiados e tenho que lidar com os espinhos o dia todo, mas meu serviço é recolher as rosas sem contudo recolher espinhos. Ao trabalhar com as roseiras, tenho que lidar com os espinhos, eles fazem parte do meu trabalho, tenho que conviver com eles, mas acredite, o fato de ver o palácio tão bem adornado e a felicidade do Rei, compensa todas as aflições da minha missão.

A vida cristã não é diferente, Paulo teve que lidar com espinhos, Cristo suportou uma coroa de espinhos, o homem adâmico vive em uma terra de abrolhos e espinheiros, e mesmo depois da regeneração ainda vive nessa terra amaldiçoada pelo pecado, tal como o lírio que vive entre espinhos (Cantares 2:2) Mas se a vida cristã não remove os espinhos das aflições (João 16:33) nem dos problemas e das dores, ainda assim, desabrocham as virtudes e a fé num coração consagrado. Em Hebreus 11, na plataforma dos heróis da fé, encontramos homens cheios de cicatrizes, mas por essas brechas feitas pelas tribulações e provações, brilham as glórias da vida espiritual profunda, a luz do evangelho resplandece por essas frestas abertas pelas feridas das adversidades. Assim também vimos como a igreja do Novo Testamento lida com os espinhos da perseguição, mas mantém firme como a noiva do cordeiro, pois as rosas da fidelidade adornam a beleza da igreja dos redimidos, enquanto que as cicatrizes atestam sua fidelidade extrema. E como Cristo deixou as pisadas e devemos seguir seu exemplo, (I Pedro 2:21) no nosso Getsemani, diante do cálice de todas as aflições, nunca devemos nos omitir da completa oração “Todavia seja feita a tua vontade e não a minha”(Mateus 26:39)

(Clavio J. Jacinto)

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